Caldo de Carne Verdadeiro

A correria do diário muitas vezes nos impede de desfrutar o verdadeiro sabor dos alimentos, seja pela rapidez semi-automática no movimento de levar a comida à boca, seja no uso dos tão práticos porém padronizados temperos prontos de toda sorte.

Foi com o singelo intuito de resgatar o prazer embutido nas cocções mais fundamentais da culinária que ontem lancei-me o desafio de preparar um caldo de carne caseiro.

Com poucos ingredientes, um panelão, alguma paciência e quase nada de vigilância a leitora e o leitor queridos também podem tentar esta feita em casa.

As medidas podem variar de acordo com seu gosto, desde que respeitados alguns princípios. Uma batata, por exemplo, arruinaria com seu amido a transparência do caldo e impediria o armazenamento adequado. A listagem abaixo corresponde aos itens que utilizei.

Ingredientes:

  • 500 g de carne de músculo, sem gordura
  • 2 cenouras em rodelas grossas
  • 2 cebolas em cubos grandes
  • a parte verde de 2 alhos-porós [o ideal é usar 3 ramos de salsão, mas não tinha em casa no dia]
  • 2 folhas de louro
  • punhado de grãos de pimenta branca
  • sal

Como Fazer:

  1. Numa panela com capacidade para 5 litros, ponha a carne, uma colher de sal e água até mais ou menos a metade. Leve ao fogo até ferver.
  2. Note que uma espuma se formou na superfície. São impurezas que vêm à tona e devem ser descartadas para que seu caldo não resulte turvo e com gosto ruim. Pacientemente, sem desligar o fogo, vá retirando toda a espuma com uma colher ou escumadeira. Não há como precisar o tempo exato dessa operação, mas creio que deva ser algo como cinco minutinhos. Aproveite para fazer uma higiene mental, jogando fora também os ciscos acumulados no seu andar de cima 🙂
  3. Quando a água estiver clarinha, hora de juntar os vegetais e temperos, juntar um pouquinho mais de água quente se quiser e deixar a panela lá, fervilhando, semi-tampada, por umas duas horas.
  4. De vez em quando você pode espiar só para garantir que o fogo não apagou com uma corrente de vento, ou que a tampa se jogou la de cima.
  5. Passadas as duas horas, retire a carne e reserve para usar em outra preparação. Os legumes podem ser descartados, pois suas propriedades e sabor já passaram para o caldo, mas se você quiser ainda poderá incluí-los em alguma torta ou purê.
  6. Agora é preciso coar bem o caldo. Usei uma peneira beeeeeem fininhha, que mais parece um tecido. Na falta de uma, vale usar filtro de café ou um pano limpíssimo destinado para esse fim.
  7. Coado o caldo, hora de armazenar. O meu foi dividido em copos plásticos e levado ao freezer. Há quem use forminhas de gelo, mas acho pouco prático. Depois de prontos, os “picolés” podem ser retirados de suas formas e ensacados (uns três de cada vez) para ocupar menos espaço.

A senhora e o senhor podem achar antiquado de minha parte passar tanto tempo preparando algo que hoje é vendido em cubinhos por centavos de dinheiro. Mas é preciso experimentar o caldo preparado artesanalmente para entender que cada minuto da fervura se traduz numa sensação gostosa de comida de verdade 🙂



15 comentários em “Caldo de Carne Verdadeiro

  1. Elen

    Concordo com você, Dadi! Muito mais saudável preparar o alimento em casa, sem os corantes e conservantes artificiais e com muito mais sabor.
    Bj

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  2. Daniela

    Eu amo os caldos caseiros Dadi, tenho sempre em casa. Quando quero caprichar mais compro ossobuco e levo ao forno, faço o deglacé e cozinho. YUMMY. A comida fica com um gosto completamente diferente.
    Beijos

    Responder
  3. miki

    dadivosa, além de tudo, caldo de carne “de verdade” é mais ecológico… eu gostaria que a indústria oferecesse potes de caldo em quantidades maiores. tudo bem, eles certamente ficariam mais úmidos do q os em pacotes individuais, mas eu não importaria…
    bjs, miki

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  4. ana de toledo

    E, fundamentalmente, que esse caldo divino (que minha avó fazia com a maior paciência) não contém aquele monte de aditivos e conservantes que tornam os cubinhos tão …digamos…ruinzinhos.(eu praticularmente não os uso nunquinha!)
    beijinhos

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  5. Akemi

    Dadi, confesso que na correria do dia-a-dia acabo usando cubinhos de caldo de galinha para a sopinha mas caldo de carne definitivamente não consigo usar nem comer, é horrívellll! Adorei a dica, sem dúvida o que nós mesmas fazemos é de maior qualidade e muito mais saudável!

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  6. valentina

    Olha, nao compro caldo de cubinhos. Nem sempre faço o meu pela falta de tempo e organizacao.Uso buillon para me salvar de uma decadencia total.Ele e natureba, sem os aditivios. O meu salvador de todas as horas. So compro o de legumes. Quando da faço um caseiro mas é raro. Vc ate me inspirou.Como dia a Patricia a tampa da panela suicida é demais.!!rss,tss

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  7. Renata

    Dadivosa, pode até haver quem ache antiquados os caldos caseiros, mas eles são muito mais saudáveis do que os comprados prontos, que são um veneno para a saúde. Abraço.

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  8. Dadivosa

    Pois é, leitoras queridas, nada como um caldinho caseiro. Confesso que não abandonei totalmente os industrializados, pois de vez em quando – beeem de vez em quando – me quebram um galho. Mas o esforço vale mesmo a pena.
    Daniela, esse de ossobuco você vai nos ensinar? Fiquei interessadíssima!

    Beijos a todas, ;***

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  9. Janeth Glazer

    É aquela velha historia, relação custo aa-beneficio. Muito tempo , muita sujeira, muito trabalho, tempo esse que realmente nao tenessa ho queria uma receita mais simples e que nao tome tanto tempo para ficar pronta;Essa receita nao serve para mim infelizmente

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  10. Luiza

    Olá Dadivosa,
    Parabéns por seu bom humor ao escrever.
    Quanto ao caldo, o caseiro é de longe o melhor, primeiro por que não tem conservantes além de menos sal no preparo, daí não compromete a qualidade das receitas.
    Vou testar.

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