Tapauér ou Tuperváre?

Eu adorava quando a mãe me levava praqueles encontros da Tupperware. Para quem não lembra, ou não teve a oportunidade de conhecer, a coisa funcionava mais ou menos assim:

Para cada região, existia uma representante-consultora-mestre-de-cerimônias. No nosso caso, acho que ela vinha de Blumenau, depois se mudou para Florianópolis. Essa representante ia na casa de alguém, que já tinha convidado pelo menos umas dez amigas, vizinhas, parentes ou afins para a “reunião”. Rolavam umas comidinhas, brincadeiras (sempre tinha bingo) e, claro, demonstrações de produtos maravilhosos com nomes compostos, tipo: pote mimoso, super instantânea, forma mágica, saladeira prática e por aí vai.

Acontece que a dona da casa tinha uma “meta de vendas” a cumprir, ou seja, as amigas e parentes precisavam comprar um valor X para que a reunião não fosse considerada um fracasso total e para que a dona recebesse um brinde. Aí tinha gente que ficava forçando a barra, empurrando coisa, obrigando mesmo as “convidadas” a fazer uma bela encomenda.

E a mãe, que começou a ficar fula da vida com a exploração, passou a me enviar como representante oficial. Que maravilha! Eu via as demonstrações de forminhas de gelatina com tampa de coração, anotava todas as receitas, arrasava nos joguinhos de memória, de vez em quando ganhava um mini-potinho ou outro brinde bacana no bingo e passava para a representante qual era a encomenda que a mãe queria fazer…

Eis que um dia (eu devia ter uns sete anos), chegou um pote quadrado e fundo, laranja, com uma espécie de escorredor branco por dentro e um jogo de quatro copinhos. A mãe tinha comprado uma iogurteira-mágica-prática-super-luxo! Durante um mês, mais ou menos, ela deve ter feito iogurte umas duas vezes. Como eu adorava! Ela batia no liquidificador com ameixa e aquilo era a melhor coisa do mundo. Mas logo logo a mãe perdeu a paciência e a iogurteira foi rebaixada a um reles contâiner para folhas de alface lavadas.

Fui me vingar do trauma faz uns dois anos, quando comprei uma daquelas iogurteiras da dona Aracy. Aquela mesma, que aparece em 11 entre 10 inserções de merchandising nos programas da tarde na TV aberta. E foi ótimo. Juro! Na verdade, o tal do kit-iogurteira não passa de uma caixa plástica térmica, com capacidade para 3 litros, uns potinhos plásticos, um termômetro e alguns fermentos probióticos. E eu continuo fazendo meu próprio iogurte natural, domingo sim, domingo não.

Acontece que não precisa dessa parafernália toda pra fazer iogurte em casa, não. Você pode comprar um termômetro culinário comum, se quiser, daqueles baratinhos. E seguir minha receita de Iogurte Caseiro.



7 comentários em “Tapauér ou Tuperváre?

  1. Carol Grilo

    Minha mãe sempre fazia destas reuniões em casa. Eu amava!
    Ela tem uma coleção de Tupperware de dar inveja a qualquer dadivosa ;]
    E eu ainda tenho as versões miniaturas para as filhas-de-dadivosas!
    E ímãs de galadeira em formato de potinhos tb! herdei hahahaha

    A iogurteira em casa só deu certo por um tempo, depois a gente não acertava mais e colocamos a culpa no pózinho, será?

    =*

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  2. Dadivosa

    carol, a tua é da dona aracy?
    que inveja dos mini-tupperware! os lá da mãe ou foram embora com a enchente ou viraram pó na mão das criOnças 🙂
    quando tu vem pra cá, hein?
    ;***

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  3. Gorete

    Ainda tenho uns restos mortais tupperware de lembrança. Esses plásticos foram os precursores dos famosos plásticos refratários que levamos da geladeira ao microondas. Quando ao iogurte, fiz assim aqui em casa algumas vezes, e funciona mesmo. Aliás, estava esquecida e vou retomar o hábito.
    Obg pela visita, Dadivosa. E volte sempre! rs
    Bjs

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