Que a dadivosice corre no sangue da família, a Leitora e o Leitor queridos já devem ter se dado conta.
São tantas influências deliciosas, tantas pessoas que me fizeram gostar de cozinhar (muito embora não seja lá nenhuma especialista e tenha meus dias de gororoba) que às vezes vem a sensação de que não vou conseguir dar o devido crédito a todas elas enquanto viver.
Dadivosa pra lá de enrustida, Ti’mara – ou Tia Mara, ou Marinha – teima em dizer que não sabe e não gosta de cozinhar, que suas comidas são ruins e que seu talento nesse cômodo da casa se concentra em lavar bem a louça. Um tempo atrás, tomando um café cheiroso na casa dela, travamos o seguinte diálogo:
– Vê se tem cabimento, Marinha? E aquele bife à milanesa, hein?
– … é verdade, é verdade. A Elisa é que gostava! Eu mandava pra ela o bife e ela me mandava aquela sopa gostosa que ela fazia pras crianças.
– Tá vendo? E a cobertura de chocolate?
– Ha ha ha ha! (solta a gargalhada mais gostosa do mundo) Cruuuuuuuuuuzes, coisa mais fácil!
Desse jeito é a Marinha. Nunca a vi de mau humor, nem de manhã, nem quando está com sono. Estabanaaaaaaaada, que só ela! Quer dizer, igual a ela, só mesmo eu!
Aliás, “Tia Mara” é o bordão da família que acompanha aqueles mini-desastres-tragicômicos, tipo derrubar refrigerante na roupa branca, quebrar um copo, tropeçar no degrau da casa antes mesmo de cumprimentar as pessoas… é quase uma evocação ao ícone-mor do atrapalhação simpática!
Reza a lenda que toda geração tem sua Marinha, mas a generosidade dela é tamanha que existe toda uma escadinha de sobrinhos que carregam o gene trapalhão. Basta cair uma pena para ouvirmos o coro: Tia Mara! Dany! Fernanda! Diogo! Às vezes nem somos os autores do desastre, mas o importante é perpetuar a piada familiar 😀
Marinha me cumprimenta com um caloroso “Ô, estimada!!”. Para ilustrar esse post e avisar que estou chegando para filar um café, um abraço e um beijo esmagado, aí vai uma foto-relíquia capturada na casa dela quando contava ano e meio de vida. 😉
Fê, que coisa mais linda!! Que estimado o que escrevesse sobre a minha mãe!! Beijos, beijos e beijos!! Da prima Wilmara.
É sempre bom te ruma Tia Marinha na família, né? A minha tem várias! rs
beijos!
Querida Dadi,
Sabe o que me trás aqui todos os dias? Além das suas receitas deliciosas, que me remetem a minha infância, é a forma “familia”, que predomina tudo isto aqui.
Parabéns! Acredito que se as pessoas tentassem resgatar mais as lembranças, que acompanham os cheiros, sabores…aromas, tudo seria infinitamente mais feliz! Felicidade não é um estado de espirito…felicidade são momentos regados à muita cumplicidade, que de tempos em tempos resgatamos e sentimos o “sabor” desta lembrança…
Beijos!!!!!
Pri
que linda criança mais rechonché! regada a delícias culinárias desde a tenra infância, desconfio… : )
linda foto. belo texto.
só faltou a receita da “cobertura-coisa-mais-fácil”. : )