… que no me pasan cuando no cocino.
Sou toda coração, baixo a guarda, desarmo-me, sinto-me forte e maleável como massa de pão e, ao mesmo tempo, impermanente, vulnerável e minúscula como um ovo de codorna pochê.
Posso confessar amores, derreter-me inteira, desnudar a alma, chorar na frente do moço ou da geladeira como naquele dia: descalça, pouco vestida, olhos pintados e avental azul-marinho. É que não passo de um amador: aquele que renova seu prazer, que ama uma e outra vez, que se instala voluntariamente a troco de nada no significante, tal e qual Barthes escreveu:
“El amateur (alguien que se dedica a la pintura, la música, el deporte y la ciencia sin espíritu competitivo ni ánimo de convertirse en un maestro) renueva su placer (amator: aquel que ama una y otra vez), no es ningún héroe (de la creación, de la representación); se instala voluntariamente (a cambio de nada) en el significante: en la sustancia inmediatamente definitiva de la música y de la pintura; su práxis, por regla general; no implica ningún rubato (ese robo del objeto en beneficio del atributo); es – o acaso será – el artista antiburgués.”
Enquanto mexo a polenta, vigio a zuppa di farro, tempero o frango, abro a fava de baunilha, asso as batatas, apronto um macarrão com manteiga e parmesão, apuro o molho de limão siciliano pro cabelinho de anjo a razão passa longe. Bem longe. Chega a perder o caminho de volta e me dá rasteira (sabe quantos novos hematomas acumulei nas últimas semanas?). E sem a razão, perco eu o caminho do meio e viro 100% sentimento, à mercê das zombeteiras fomes escondidas, essas fanfarronas. Experimento o inferno e o céu de todo dia, oscilo, beijo na boca, tenho vertigem, faço beicinho, choro, recebo e dou carinho, fico na ponta dos pés, queimo o braço no forno.
Sou amadora, aquela que ama uma e outra vez, e assim devo continuar, pois quando cozinho me acontecem coisas que não acontecem quando não cozinho.
E quando eu te leio meu coração se enche de amor e meus olhos de lágrimas.
Beijo imenso,
Dani.
Você me sabe, Dani! ;***
Ai que lindo… E que linda você! Feliz em ter de volta este espaço. 🙂
Ola amiga,
tentei entrar em contato diretamente com voce mas nao achei o seu email. Seu site é maravilhoso e eu gostaria de incui-lo na minha lista sobre os melhores sites de culinaria 🙂
Meu site é sobre economia, investimento e guia de financas. Porem, estamos criando um artigo para incentivar as pessoas a terem uma alimentacao saudavel, caseira e evitar gastos desnecessarios com comida ruim que so vai causar problemas: gastar dinheiro com remedios ou ter que faltar o trabalho por motivo de doenca.
O artigo vai se chamar “Os 10 melhores sites que vao deixar voce com agua na boca.”
O site emprestimo esta na 9a posicao no google Brasil e estamos subindo cada vez mais!
É pelos seus textos, pelas suas palavras, pelo jeito doce que coloca no que diz, que eu adoro passar por aqui!
É pelos seus textos, pelas suas palavras, pelo jeito doce que coloca no que diz, que eu adoro passar por aqui!
Um beijinho transatlântico,
Laranjinha.
Queimo o braço no forno…e eu passando pomada no punho ao tirar o bolo de aipim(by Neide RIGO) do forno quando abri seu blog! Abs
É uma dádiva ser você! Não esquece de agradecer isso todo dia.. 😉
Obrigada! 😉
Você é um querido…
;****
Queridona, ta linda na foto. E o texto divino como sempre. Keep on cooking and on writing! Besos!
Que delícia de texto!!!!!
Sinceramente, não há no mundo alguém que escreva como esta Dadivosa!
Machado, aquele nosso de Assis, derreter-se-ia, se, porventura, houvesse uma remota possibilidade de uma volta no tempo e um encontro entre estas duas fascinantes criaturas, sabedoras das palavras e dos encantos de encaixá-las direitinho nos lugares certinhos, pra que possam chegar direto, diretinho ao coração!!!!
Obrigada, Dadivosa!Sua leitura é imprescindível na minha vida!
Você tem o dom de escrever, isso é certo… e um pouco do que você escreve cada um sente um pedaço disso, inclusive eu. Parabéns, sou sua fã!
Bjos
Dani
http://www.cozinhandoporaí.com.br