Brevidades…
O que faz a jovem senhora Dadivosa em dia-santo de sol? Dilemáticas horas passam enquanto busco conciliar os impulsos culinários com a necessidade de corricar pela cidade. De fato, parecem feitos inconciliáveis, mas vez por outra consigo ter o melhor dos mundos.
Cheguei em casa com aquela vontade que a leitora assídua já conhece: a de bater um bolinho. Na despensa, apenas uma ou duas colheres de sopa de farinha de trigo, o que parecia dificultar sobremaneira meu intento.
Porém, ao fundo da prateleira, vi a luz, digo, vi um pacote de polvilho doce. No verso, uma receita simples e aparentemente rápida mas que levava 8 ovos, quantidade da qual não dispunha no momento. Decidi-me, então, por confeccionar metade da receita, pois a vontade de cozinhar normalmente me faz superar obstáculos diversos, falta de ingredientes inclusive.
O bolinho em questão chama-se Brevidades, nome simpático que ganhou meu coração muito embora eu nunca o tivesse provado, fato que adiciona emoção à tarefa, mas que também pode trazer pequenos reveses, como os a leitora verá a seguir.
Também me chamou a atenção o fato que essa espécie de pão-de-ló não contém glúten, o que pode ser de grande utilidade para aquelas pessoas privadas de consumir a substância, ou seja, eis uma ótima receita para celíacos!
Ingredientes:
- 4 ovos (claras e gemas separadas)
- 1 pitada de sal [foi por minha conta, para ajudar a subir as claras em castelo]
- 1 xícara de açúcar
- 1 ½ xícara de polvilho
- ½ colher de sopa de fermento em pó
Como Fazer:
- Ligue o forno para preaquecer enquanto separa os ingredientes.
- Unte um tabuleiro ou pequenas forminhas com manteiga.
- Adicione uma pitadinha de sal às claras e bata-as, com a batedeira, até formarem picos firmes.
- Junte o açúcar e as gemas sem parar de bater.
- Foi aqui que me perdi, querida leitora. Eu e minha tendência para a fuzarca na cozinha!
O polvilho é uma espécie de talco, farinha de textura muito fina, não é mesmo? Pois bem, mesmo sabendo disso, no auge da empolgação boleira, derramei o polvilho dentro da massa sem desligar a batedeira. O que sucedeu foi uma pseudo-hecatombe, um belíssimo cogumelo de poeira branca que pairou no ar por alguns (longos) segundos antes de se depositar sobre a mesa de trabalho, a roupa, as cadeiras, o chão… felizmente a cã não se interessou muito pelas brevidades e estava na sala, assistindo ao jornal.
Após algumas gargalhadas solitárias e a brilhante idéia de desligar a batedeira, busquei na gaveta meu fouet para finalizar a incorporação do polvilho na fofura de ovos e açúcar.
6. Por fim, é preciso juntar o fermento, mexer novamente, despejar a mistura na(s) forma(s) e levar ao forno médio. A receita indicava 50 minutos, mas fiquei bastante receosa, não parava de conferir o andamento da assadura e olvidei-me de marcar o tempo exato, valendo-me apenas dos olhos para conferir a cor morena e do teste do palito para checar se a massa estava cozida.
É necessário contar à amiga leitora que não fiquei satisfeita com esta feita: supriu-me o desejo de bater o bolinho, mas o resultado ficou aquém do que eu esperava. Achei um pouco seco e sem graça, ou desabrido, como diz a vogra.
À leitora e ao leitor queridos, pouso as seguintes questões gastronômico-filosóficas:
- Ficariam mais gostosas as brevidades se eu tivesse usado pequenas forminhas em vez de um tabuleiro?
- O que me diz a leitora que conhece a fundo a iguaria: a foto se parece com Brevidades ou não passa de uma impostora?
- Ou, ainda, teria eu, por puro desconhecimento, exigido e esperado demais desta receita simples?
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Dadiiiiiiiiiiiiiii!!!! Vc não existe, mulher.
Não te conheço pessoalmente, mas consegui visualizar uma pobre (doida? – brincadeira) mulher no meio da fumaça de polvilho. Ri demais aqui. Ainda bem que o chefe está viajando, senão ele já viria aqui perguntar o que era “estE merda”. hahahahaha
Nunca comi brevidades mas já ouvi falar muito. É bem tradicional, não é?
Bjs!
Eu fiz também e n gostei… seco e sem graça.
Oi, Ítala
É um bolinho meio de nada mesmo 🙂
Oi Dadi! pelo que já vi e comi em padarias no Rio, brevidades são meio secas mesmo.
Olá, Leila
Obrigada por solucionar esse mistério! Só eu mesma pra achar que um bolinho tipo pão-de-ló, assim, sem gordura nem leite poderia ser molhadinho, né? Vou procurar uma brevidade na padoca aqui para comparar com a minha 🙂
Seja bem-vinda aqui na minha cozinha e volte sempre!
Beijos
Dadivosa, obrigado pela visita também! =) E realmente, eu esqueci de postar a receita mesmo. Efeito da dor de cabeça de ontem, heheheh. Mas já está lá. 😀
Brevidades… hummm, levando em conta que é usado polvilho doce que nada mais é do que uma “farinha a base de mandioca” na essência, ou seja, um ingrediente bem sem graça, não? heheh
Ahhh, olha o preconceito, tem leitor amigo aqui também, heheheh.
Victor, você tem razão. Vez por outra acabo por dirigir-me somente à leitora amiga por referir-me à Dadivosa que existe dentro de cada um de vocês, daí a confusão.
Mas veja que ao final pedi socorro “à leitora e ao leitor queridos”… por favor, aceite minhas sinceras desculpas e não deixe que sua Dadivosa se abata por esse detalhe ;***
dadi, vc me mata de tanto rir!!!!
Suas estórias são cõmicas, especialmente qdo há estes pequenos desastres…
Bem, eu nunca ouvi falar em brevidades, mas acho todo pão de ló meio sequinho, mesmo. Bom para rechear muuuito, e deixar bem úmido!
Bjos.
Suas brevidades estão muito mais bonitas do que de padaria. Achei lindo em forma de bolo, nunca tinha visto, só em forminhas.
Eu fiz hoje ficou muito linda?
Que bom saber, Lucilene!
Obrigada por contar ;***
Deliciosa e saborosa essa historinha, como as pequenas brevidades o são!
Dadivosa querida, seu blog está a cada dia mais saboroso. Acabo de RSSificá-lo no meu Gugol Reader, assim nã perco mais nenhuma receita.
Tão fofinho que parece o bolo! Parece quase pão-de-ló português. 🙂
Márcia, acho que foi o calor do momento que me deixou um tanto decepcionada. Ontem comi um pedaço e até que gostei 🙂
Ana, obrigada. Eu nunca tinha comido as tais, daí minha dúvida se estariam realmente a contento.
Elvira, o pão-de-ló português é feito como? Com farinha de trigo mesmo?
;***
Dauro, querido!!! Que bom vê-lo por aqui… vou ao DVeras em Rede todos os dias para ler suas miguelices, brunitezas e escritos em geral 🙂
Renata, pois é, sempre imaginei que as brevidades fossem feitas em pequenas forminhas, mas como não as tenho em casa, foi no tabuleiro mesmo 😉
;***
Amiga, rolei de rir aqui! hahahaha Nada como ler um delicioso post como este após um exaustivo dia de labuta!
Já comi brevidade há muuuuuuuitos anos atrás. Foram feitos em forminhas de empadinhas e são mesmo meio secos, precisa tomar chá junto para descer! rsss Mas são bem gostosinhos, lembram sequilhos!
Compartilho com vc esse sentimentoneurótico-boleiro que quando chega só se acalma depois do bolo feito e assado! rsss
Ameeeeeeei demais este post! Pena a cã ter perdido este espetáculo! Aí o ficaria completo! rsss
Bjs
Akemi querida, a Frida tem personalidade de gata, só faz o que quer! Ainda bem que ela não estava junto, pois ia ficar toda branquinha de polvilho e sair espirrando pelo mundo 😉
Quanto à vontade de bater um bolinho, realmente, ela só pode ser aplacada por uma boa sessão de terapia culinária, né?
Beijos
Não posso dar uma opinião sobre as Brevidades, pois nunca as comi. Mas a fatia aí em cima parece tão fofinha, como um pão-de-ló!
Eu nunca comi brevidade, você me encorajou. risos O post esta ótimo.
Eu nunca comi brevidades, mas concordo que algo sem manteiga e sem leite não tem mesmo como não ficar seco e sem graça!! 🙂
E a “noite das arábias”, hein? Vai ser no final de semana ou no meio da semana?
Eu fiz o pão integral novamente no domingo e constatei que esta foi eleita minha “bad cooking week”. Sabe aquela coisa de até ovo cozido não ficar no ponto e você descascá-lo todo troncho? Não ousarei me aventurar em nada mais complexo até a mudança de fase da lula! hahaha
Beijos!
Fiquei imaginando como a Frida ficaria se estivesse com você na cozinha no meio da tempestade de povilho!! Sorte que ela gosta do telejornal!! hahahaha
Dadi amore, eu venho sempre aqui 🙂
Karen, ficou fofinha mesmo. Acho que eu estava muito exigente naquele dia, pois mais tarde até gostei do resultado… claro que depois de ajustar a expectativa, né?
Renata-Carolina, a fase da “lula” só vai acabar daqui a quatro anos e tanto! Hahha! É muito tempo, mulher! Ainda não consegui fixar uma data para nos encontrarmos. Falamos até o fim da semana, combinado?
Quanto à bad-cooking-week, persevere! Você vai ver que antes de mudar a fase da *lua* você estará novamente em plena forma 🙂
Leila, que bom! Venha sempre e, quando tiver vontade, me deixe um alozinho 😉
;***
Eliana, não tem nada de extraordinário, viu? É um pão-de-ló mais pra seco… mas não é ruim também não… com chá ele desce bem 😉
Dei muita risada amiga, imagino o poeirão de povilho. kkkkkk
Fazer uma receita de brevidades que vinha na caixa de Maizena foi a minha estréia na cozinha qdo tinha 12 anos. Lembro que ficou murcho, e achei meio seco, mas o meu pai, um fofo que era, elogiou e resolveu que comer acompanhado de doce de banana de rodinha, daqueles bem roxinho, era tudo que a brevidade precisava pra ficar maravilhosa. Desde então me apaixonei por cozinhar pros meus amores.
Bjs
Karla, que história querida!
;***
hahahahaha era pra ser fase da LUA !!! escrever com pressa dá nisso 😀
beijos
Adorei conhecer aqui, voltarei sempre. Aliás essa foto está muito apetitosa.
Abraços
com chá ele desce bem foi ótimo! chorei de rir
Michel, seja muito bem-vindo! Obrigada pela visitinha e pelo comentário.
Veia, pois então! Será melhor um chá de boldo? Ou de carqueja? Ou ainda um Coscarque???
;***
Não importa se fica sequinha. O grande mérito dessa receita é não conter glúten. Vai valer a pena testar também na minha cozinha. Nhaaaam!
Bjs
Gorete, acho que você tem razão! As brevidades cumprem o papel de aplacar as lombrigas de quem é ou está privado de ingerir glúten por algum motivo, né?
Dadivosa, eu também nunca tinha visto brevidade em tabuleiro. Essa sua vai para a lista a testar em breve, brevidade. Bj
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que nada eu mesma nunca tentei,e sua(hecatombe)rsrsrs ficou diga se de passagem que eu nao experimentei,mas pela casa ,a verdadeira brevidade que minha saudosa ,e boa vovozinha fazia.sucessusssssss
que nada eu mesma nunca tentei,e sua(hecatombe)rsrsrs ficou diga se de passagem que eu nao experimentei,mas pela cara ,a verdadeira brevidade que minha saudosa ,e boa vovozinha fazia.sucessusssssss
Oi
Adorei saber que Brevidades não leva farinha tipo trigo, pois sou intolerante ao gluten. No entanto numa padaria não como, sempre colocam farinha de trigo em tudo.
penso que o probelma das suas brevidades terem ficado secas foi colocar fermento, vai fermentar e como não tem gluten não vai resultar bem, além de que o ideal pelo que li em várias receitas de brevidades é colocar mais gemas que claras e tudo junto ao mesmo tempo. Olha eu adoro fazer doçaria, toda semana faço uns 2 bolos e estou sempre em busca de algo novo, tudo sem gluten e sem lacteos.
Vou fazer as brevidades e volto com o resultado
Beijos
Olha, minha cara Dadivosa, eu conheci esta goloseima a uns quarenta e oito anos atraz, quando era criancinha la pras bandas de Goiânia, minha Vó, que era excelente quitandeira, fazia brevidades em forminhas e em taboleiros, como na dispunhamos de outros meios para armazena-las ela as guardava em latas de Quarta com tampa (latas de 20 litros) onde podiam permanecer por ate um mês sem perder o sabor ou a qualidade. Hoje, quase não vejo mais este delicioso quindim. Agora pelo que eu lembro, a na brevidade que ela fazia não havia fermento e os ovos eram batidos com açucar ate perder a maior parte do odor e em seguida adicionava canela moida. Normalmente se usava uma duzia de ovos para se ter uma brevidade de taboleiro de uns 3,8kg ou umas 20 peças em forminhas de 150ml. Me recordo de que nunca mais comi, algo do genero, tão saboroso
Nossa quanta fofurice junta (de todos).. pesquisei sobre brevidade hoje porque acabei de ganhei uma receita, mas a curiosidade levou o gato(a) ir em frente…risos…cheguei aqui….e…me indicaram o tabuleiro…então, ambas, certíssimas…assim, se refina tbm os gostos…porque não?
beijocas carinhosas nas divas e divos…( P.S.:… uma sobrinha diz que somos diva (ela 17 eu 61…não desminto kkkkkkk)
Deus abençoe todos nós :o)
Como não rir de algo que eu tb teria feito.???
São boas com café ou um chazinho.
Já tinha visto com amido de milho.
Vou tentar a sua e te aviso.
Beijos.?
Beijo, Isa! Depois me conta ;***
Olá, boa tarde! Encontrei seu blog pois fui pesquisar sobre esse bolinho que fez parte da minha infância. Tenho a receita que minha avó paterna fazia é só queria comparar. A dela é feita com amido de milho. Realmente a sua foto ficou idêntica aos quadradinhos com casquinha crocante da minha memória infantil. Era acompanhamento do café da tarde aos domingos na casa da vó. Fica com cara de bolo mas é sequinho feito biscoito. Nada tem de umidade. Fiquei nostálgica. Seu blog é encantador. Obrigada pelas receitas!
Michele, que delícia saber disso! Muito obrigada por contar desses cafés com a sua avó. Um grande beijo!
Olá, fiz o bolo brevidade e ficou seco. Mas parece que fica mesmo. Em geral, as receitas de brevidade que são feitas na forcinha utilizam manteiga e, por isso, devem ficar menos sequinhas. Achei bem sem graça tbm…rs.
*forminha
Boa tarde Dadivosa, eu sempre faço Brevidade e fica deliciosa. Minha esposa sempre pede pra eu fazer. Na verdade, não vai fermento na Brevidade, são só três ingredientes: 500 gr de polvilho doce, 400 gramas de açúcar e 6 ovos. Bater os ovos por 8 minutos, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos e adicione o polvilho e bata mais 2 ou 3 minutos. Se quiser pode acrescentar 1 cs de essência de baunilha ou 1 cs de canela, opcional.
Asse a 180 graus por cerca de 30 minutos.