Aos domingos, nem todos, nem sempre, Dinah fazia macarrão, que abria com um rolo fino e comprido como cabo de vassoura (acho que era mesmo um).
Uma versão miniatura do mesmo cabo era entregue à neta-grudinho. Além do tamanho, algo mais o diferenciava da versão adulta: dois delineados perfeitos 50 à guisa de olhos, dois pontinhos para formar o nariz e um coração esmagado para ostentar uma boca larga, sinuosa, mezzo Oscar Niemeyer, mezzo Carmem Miranda.
Às mãos da pequena cabia não a faina de esticar massa para uma aglomeração (podia-se, à época), mas a nobre missão de criar os chapéus e penteados que viriam a transformar em boneca o toquinho de madeira serrado e polido com zelo.
Dinah se foi antes de completar 55 verões escaldantes, a algumas semanas do aniversário de 5 anos da neta, que hoje coleciona chapéus, cozinha pensando nela e chora sempre sempre sempre que se lembra da boneca de toquinho de vassoura.
Publicado originalmente no Instagram, para onde vão fagulhas do dia a dia que, se viram lampejo aos olhos, coração ou barriga de mais gente, podem passar por uma breve revisão e parar aqui.
Amei a estória e saber que uma xará foi uma Avó tão amorosa como a minha, sou Dinah assim como a minha e a sua Avó, boas lembranças dela e de suas receitas que me remetem a dias tão felizes…
Abraços
Dinah
Querida Dinah,
Minha irmã caçula ganhou este nome lindo em homenagem a ela. Um grande beijo <3