2008 é o ano dos nenéns, estou convencida. É o segundo porteiro que vem me mostrar a foto do recém-nascido no celular, com aquele sorrisão comendo as orelhas, todo pimpão. Bár-ba-ra, olha que cabeludinha, enche os pulmões para contar enquanto abre a porta do elevador e aperta o botão do meu andar. Que linda, nome da minha irmã! Parabéns pela filhinha, até mais!
Barrigões aparecem aqui e ali, rostos rechonchudinhos fazem caretas para o “ultrassom 4D”, é menino, é menina, estamos grávidos, nasceu!
A receita a seguir, executada no fim de semana, estava à espera de uma alcunha até há pouco, quando cheguei em casa e ouvi do moço esse nome tão bonito. É leve, fresca, alegre, saudável e nutritiva. Dedico-a pois à mamãe barriguda, ao papai babão, à bebê cabeludinha e à minha querida irmã Babi*, que relampagueou por São Paulo na segunda-feira passada.
Ingredientes:
- 4 filés de peito de frango
- suco de meio limão
- alecrim seco a gosto
- sal a gosto
- 1 colher de sopa de manteiga
- 1 colher de sopa de azeite
- 2 xícaras de alho-poró em rodelas
- 1 colher de sopa de suco de limão
- mais sal a gosto
Como fazer:
- Tempere o frango a seu gosto, usando o limão, o sal e o alecrim. Deixe-o marinar o mais que puder. Esses dormiram na geladeira.
- Aqueça bem uma chapa de ferro, grill ou, na falta desses, frigideira (nesse caso pode usar um fio de azeite para untar). Deite ali os frangos para grelhar, fique de olho para virá-los e tirá-los da quentura no tempo certo.
- Noutra frigideira, derreta a manteiga com o azeite e, quando bem quente estiver, adicione oalho-poró até murchar. Tempere com o sumo de limão e pitada de sal.
- Coroe o frango com o alho-poró, como se fossem os caracóis do cabelo da Babi*, ou da bebê 🙂
.*. Sobre minha irmã Babi .*.
Babi, também conhecida como goelinha de ouro, formiga e babitonga, tinha “cabelo-de-molinha-de-relógio-arrebentado”, lindos cachinhos dizimados no auge de seus cinco anos, quando a mãe deu carta-branca à tia Lucy, que ensaiava seus perigosos e improfícuos movimentos de Edward Mãos de Tesoura. Depois da tosa, Babi ficou com cara de menino e o pai, ao chegar dum jogo em que seu Figueirense perdeu de não-sei-quanto pra um timeco de quinta, quase teve um treco ao ver que ao redor das covinhas no rosto de sua princesa faltava aquela moldura rococó.
O cabelo cresceu sem mais molinhas e Babi, apesar de nunca mais ter confiado em tesouras em mãos de lucys, cometeu algumas afrontas: na adolescência usou uma coisa assim meio alanis-morissette-capitão-caverna-até-a-cintura, depois radicalizou para um chanel-escovado-cara-de-senhora, passou para uma forma indefinida à doma de muita chapinha… ainda bem que fez as pazes com sua formosura e frescor naturais e hoje seu rostinho delicado é emoldurado até os ombros por anéis macios, charmosos e saracoteantes, mais ou menos assim como lustrosas e flexíveis rodelas de alho-poró.
Não sei se mais meigo são os bebês, ou essa forma linda e amorosa de falar da irmã…
O frango, bem, ele dispensa comentários, pois o próprio nome já diz: Bárbaro!
Beijos!!!
Fiquei emocionada com o seu relato tão carinhoso e poético de falar de sua irmã. Lembrei-me de minha filha, adolescente que agora não quer os seus cachinhos dourados e fica pensando em fazer chapinha e ou escova progressiva, hidratação e não sei mais o que. Só que ela, assim como sua linda irmã, não é ela, se não tiver as madeixas soltas e encarocoladas! Quanto aos bebês, que coisa linda, minha irmã está para ter agora em abril a tão esperada Manuela. Depois de tantas homenagens, o frango ficou em segundo plano, mas com certeza está delicioso e é simples de fazer, quando estiver cortando o alho poró, lembrarei sempre dos cachinhos!
bjs
Dadi, ontem mesmo fiz frango com alho poró… eu ia postar ,mas depois do seu post tão lindo desisti…. O seu é definitivo!
Tô te linkando lá no cozinhapequena, tá?
Beijo!
Irmãs são preciosidades, tenho duas que infelizmente moram em outra cidade.
O frango já estána lista, será o próximo.
Bjs!
Ai mana.. assim eu choro!!!
nada como uma irmã para falar de como a gente é e como foi de verdade!
ainda ontem estavam aqui em casa nossos queridos primos Diogo e Thiago.. e dentre muitas coisas que relembramos, uma delas foi justamente o cabelo “meio alanis-morissette-capitão-caverna-até-a-cintura” só que ontem não encontramos este termo técnico, vou falar pra eles.. rsss
eu te amo muitão minha mana mais vivida (pra não dizer mais velha que é feio) que sempre dava conselhos (e ainda dá) de uma forma tão verdadeira e com um cuidado de mãe, sempre querendo bem.
um beijão apertado :**********
não sei do que gostei mais… se da receita se da história familiar
a receita é muito boa
mas a história é uma ternura…
Gente, que maravilha!! Sera o cardapio de quarta a noite!! beijos, querida!
Deu mais vontade ainda de fazer o frango bárbaro depois dessa história contada por uma irmã tão querida.